Demorou muito tempo, mas no início da década de 60, os norte - americanos notaram que tinham em mãos um cavalo extremamente versátil, dócil e, com a vantagem da pelagem. Ou seja, em outras palavras, um quarto - de - milha exótico. Em 1962, foi fundada a American Paint Horse Association, que reúne aproximadamente 48 mil criadores. Nestes 38 anos de fundação, a APHA desenvolveu um sistema moderno de seleção genética que permitiu um rápido desenvolvimento da raça e, o que é melhor, com um alto grau de refinamento.
Assim como nos Estados Unidos, a aceitação no Brasil não foi fácil. Quando os primeiros Paints desembarcaram no País, há mais ou menos 8 anos, eles eram encarados mais como um hobby, algo bonito para estar no haras do que como uma raça, que gera negócios, propriamente dita.
Os primeiros importadores estavam em Brasília, onde fundaram a Associação e outros poucos espalhados pelo País. Um deles era o atual Presidente da raça, Orlando Lamônica Júnior, que após uma visita a American Paint Horse, vislumbrou o mesmo sucesso do cavalo aqui no Brasil.
O grande problema era a distância, Brasília está afastada dos grandes centros criadores de eqüinos e não despertaria a atenção dos proprietários de outras raças no Paint Horse. A solução foi mudar a sede e reinaugura - la em Bauru, interior de São Paulo, em 1995.
Solucionado o problema do local, veio o principal desafio: "como tornar uma raça nacional e viável economicamente com apenas algumas dezenas de cavalos no País". A solução foi deixar que a própria raça mostrasse a sua força. Em outras palavras, divulgar o potencial do Paint Horse.
Para tanto, foi realizado em 1995, em Bauru, no mês de novembro, o I Campeonato Nacional de Conformação. A pista mostrava a realidade da raça, apenas 12 cavalos e muita qualidade. A partir de então, a Associação passou a participar de exposições e feiras em diversas partes do País. Promoveu, também dois rodeios em 1996, visando popularizar o nome "Paint Horse".
Com essa movimentação, os criadores de outras raças passaram a perder o preconceito contra a raça. Muitos achavam a penas o cavalo bonito, mas com pouca ou nenhuma função. Com a exploração das qualidades do Paint, o crescimento foi geométrico.
Essas qualidades são a combinação única de versatilidade, onde se destaca em quase todas as provas funcionais existentes; docilidade, característica fundamental para esportes como cavalgada e hobby familiar e, o seu principal diferencial: a pelagem exótica. A cor do pêlo e o padrão fazem do Paint Horse um cavalo único, valorizando qualquer haras. Cada Paint tem uma combinação particular de branco em qualquer outra cor dos eqüinos. As manchas podem ser de qualquer forma ou tamanho e podem ser localizadas virtualmente em qualquer lugar do corpo do animal. Essas características, funcionais e de beleza, é que estão fazendo do cavalo pintado um investimento seguro e certo no mercado.
Uma das provas do crescimento e aceitação do Paint Horse estão nos resultados de coberturas. Em 1995 aconteceram 350 comunicações de coberturas, em 1996 cerca de 890; em 1997, 1320 coberturas; em 1998 um salto para 2.100 comunicações, em 1999 2.357. Em 2000, por sua vez, o total foi de 2.987 coberturas. Isso projeta pra os próximos anos um plantel de aproximadamente 7000 animais.
Não só as comunicações servem de análise. Outro importante dado são as constantes importações que estão sendo realizadas. Os criadores brasileiros de Paint Horse compreenderam, desde cedo, que mais importante que a quantidade é a qualidade. Por isso, no Brasil estão as principais linhagens de Paint e QM em várias modalidades funcionais e de conformação. Aqui também estão campeões mundiais e cavalos altamente premiados no exterior.
O fechamento do Registro que começou progressivamente em 1996 e foi até este ano, também foi fundamental para a raça. Assim, o criador que vai iniciar o plantel já tem em mente que compensa Ter animais puros e selecionados.
Com o número reduzido de animais no País, o Paint Horse vem experimentando algo raro no mercado eqüino brasileiro. A procura é muito maior que a oferta. Nos primeiros leiloes, para se Ter uma idéia, eram poucos os potros e muitos animais importados. Hoje, houve uma inversão. Quem for procurar Paint em haras ou em leilões vai deparar somente com potros. Isto porque, os compradores só aguardam o desmame para adquirir o seu cavalo. Isto, sem dúvida, mostra que a confiança no sucesso da raça é muito grande.
O CAVALO AMERICANO PAINT - UM TESOURO AMERICANO
A HISTÓRIA DA RAÇA
Os cavalos Paint são um sotaque colorida adicionado à natureza e um companheiro da humanidade por tempos imemoriais. Representações primitivas arranhadas cuidadosamente nas paredes das cavernas pré-históricas pêlos homens primitivos provam esse fascínio do homem pelo cavalo colorido. O cavalo com manchas tem sido sempre representado nos trabalhos artísticos desde então. Podemos notar essa admiração em mosaicos, pinturas nas paredes, cerâmica e jóias decoradas com a semelhança do cavalo Paint evidenciam a popularidade desses animais entre cavaleiros de todos os tempos.
Tesouros e artefatos encontrados em tumbas no Egito no quarto século antes de Cristo incluem representações do Cavalo Paint. A história pictorial e verbal das tribos errantes do deserto Gobi contem referências extensivas dos cavalos malhados. Estas foram tribos que forneciam guerreiros temerosos a Genghis Kahn que conquistaram a Ásia e quase dominaram a Europa também. Estátuas antigas desenterradas de montes funerários na China e em locais de cidades da Índia demonstram que os cavaleiros da Antigüidade conheciam e respeitavam os cavalos Paint.
Na Europa, as grandes pinturas dos séculos 16, 17 e 18 mostram os cavalos Paint. Esses animais coloridos eram muito conhecidos e desempenhavam suas funções em situações de guerra bem como aquelas de paz também, no desenvolvimento da civilização ocidental. Os cavaleiros espanhóis neste período, aprenderam suas habilidades dos invasores mouros e tornaram-se excelentes cavaleiros.
Os cavalos domesticados chegaram ao continente americano com os conquistadores espanhóis. Cortez trouxe 16 cavalos bélicos para Vera Cruz, no México em 1519. Estes cavalos treinados para a guerra foram indispensáveis para a conquista do México. Os documentos da época indicam que pelo menos um deles era Paint.
As fazendas da Espanha colonial se desenvolveram rapidamente no inicio do século 16, e cavalos eram animais comum em todas elas. Freqüentemente esses cavalos eram roubados por índios . Mais tarde esses cavalos escapavam e se desenvolviam em liberdade formando núcleos de cavalos selvagem ou mustangs que se espalharam pelas imensas planícies e forneciam aos índios tropas selvagens de onde eles podiam tirar os cavalos que precisavam. No inicio do século dezenove havia milhares de cavalos selvagem no oeste americano. Proeminentemente entre esses cavalos livres, de acordo com observações de viajantes do período, estavam os Paints.
Os cavalos mudaram o modo de vida dos índios das planícies, transformando-os de agricultores e dependentes de plantas a guerreiros nômades e guerreiros que a história recorda com tanto romantismo. Os comanches foram considerados pêlos historiadores daquela era como os melhores cavaleiros das planícies, sempre escolhendo os PAINTS como suas principais montarias por causa de as pintura de guerra natural. Pinturas de Paints foram encontradas em peles de búfalo e vestimentas usados pêlos comanches demonstrando sua afeição pelo cavalo Paint. Também o cowboy americano demonstrou forte preferência pêlos cavalos Paint. Quando as grandes boiadas eram levadas através das estradas poeirentas do Texas em direção ao Kansas e Missouri, freqüentemente os cowboys montavam os cavalos Paint. Cantavam canções ao gado sobre a sua montaria favorita. "Adeus meu velho Paint eu estou partindo," e " Vou cavalgar meu velho Paint, e tocar o velho touro Dan," essas foram canções populares com os cowboys daquele tempo. Os artistas da época reproduziram cowboys e índios cavalgando os cavalos Paint.
Muito bom o texto!
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